A economia da saúde como área de conhecimento ou disciplina

A economia da saúde como área de conhecimento ou disciplina tem a sua origem atribuída ao artigo seminal de Kenneth Arrow (1963) intitulado Uncertainty and the welfare economics of medical care. Assim Arrow em seu artigo estava preocupado em inserir na economia da saúde questões como: eficiência, efetividade, alocação, etc.

Assim a questão básica relacionada aos problemas da saúde passa pela alocação eficiente e racional dos recursos financeiros que são escassos ou finitos em consonância com o alto grau de incerteza dos problemas advindo deste setor.

Todos estes problemas são temas pesquisados pela ciência econômica, assim o setor de saúde tem muito a ganhar incorporando as bases teóricas da economia em todos os setores de atuação ligados as questões médicas.

Logo, todas as informações financeiras: custos, encargos e despesas, podem ser avaliados por uma perspectiva econômica. A principal razão decorre no fato de buscar alguma previsibilidade de alocação racional dos recursos em face das inúmeras incertezas, que podemos destacar algumas principais:

a)Demanda Irregular por serviços de saúde

b)Assimetria de informação da oferta e demanda no uso dos serviços

c)Incerteza sobre a qualidade do serviço ofertado

d)Barreiras a entrada de novos ofertantes de serviços devido a escala.

Estes são alguns problemas que podemos destacar, entretanto outros pontos merecem discussão, observando especificamente o Brasil, o cenário atual indica aumento na busca por serviços de saúde, devido ao envelhecimento da população, aumento nos custos dos tratamentos associados a aquisição de novas tecnologias no tratamento de pacientes.

Em contrapartida, e observando o nosso modelo público de saúde, o Sistema Único de Saúde (SUS), que se pauta pelos princípios constitucionais de universalidade, igualdade e integralidade da atenção à saúde, que atualmente se encontra em dificuldades de financiamento, dois temas econômicos prevalecem neste debate, ou seja, existe uma corrente que atribui que a causa principal dos problemas dá-se na questão do subfinanciamento do setor e outra corrente que acredita ser o problema relacionado a má gestão dos recursos.

Por fim, existe um amplo debate em economia da saúde que se faz necessário cada vez mais a presença de um economista de forma a debater, propor e apresentar soluções racionais aos diversos tipos de problemas relacionados a área de saúde.

Silvando Carmo de Oliveira

Pós-Doutorado em Engenharia Biomédica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Doutorado, Mestrado e Graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) – Campus Sobral. Professor Colaborador do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde e Professor dos Cursos d Ciências Econômicas e Finanças do Campus da UFC em Sobral.